Existe uma notória dissonância entre a produção científica, principalmente no campo da genética, e o poder de assimilação dos seus resultados pela sociedade. Esse descompasso fomenta conflitos morais que se agigantam a cada descoberta. Uma situação recente, que demonstrou claramente essa problemática, envolveu o Supremo Tribunal Federal, onde, pelo apertado placar de seis votos a cinco, foi confirmada a constitucionalidade da Lei de Biossegurança, sancionada em 2005, que regulamenta, dentre outras coisas, o estudo das células-tronco embrionárias.
Esse contexto é tolerável, se ponderarmos que a ciência do DNA ainda é muito nova e sua produção célere. Há apenas 55 anos, a estrutura do material hereditário foi revelada e já somos capazes de entender, manipular e modificar essa molécula com enorme desenvoltura. Embora devamos reconhecer que ainda existem muitas interrogações acerca do tema, o que foi desvendado já levaria um bom tempo para ser compreendido pela sociedade. Sobretudo, se considerarmos o espantoso déficit educacional do país.
Como se posicionar quanto aos transgênicos, às células-tronco e à clonagem, por exemplo, se não sabemos o que são? Essas questões parecem ainda muito distantes da maior parte da população, coisas de filme de ficção científica. De fato, as tecnologias surgem e são empurradas “goela a baixo” para o público leigo, que aceita passivamente ou simplesmente diz não, por medo do desconhecido.
As informações sobre a biotecnologia têm que fazer parte do cotidiano, assim como a política, o esporte, a violência e a vida dos artistas, para que possamos apreender seus conceitos e entender sua dinâmica. Pois, somente com o povo esclarecido, somos capazes, enquanto nação, de realizar as melhores escolhas no desenvolvimento da engenharia genética, fazendo prevalecer o respeito pela vida. E, dessa forma, a ciência pode avançar, sem tumulto e de modo consensual, a serviço de todos, dentro dos limites estabelecidos pela bioética.
Publicado no Jornal Correio da Paraíba em 27 de Junho de 2008
Esse contexto é tolerável, se ponderarmos que a ciência do DNA ainda é muito nova e sua produção célere. Há apenas 55 anos, a estrutura do material hereditário foi revelada e já somos capazes de entender, manipular e modificar essa molécula com enorme desenvoltura. Embora devamos reconhecer que ainda existem muitas interrogações acerca do tema, o que foi desvendado já levaria um bom tempo para ser compreendido pela sociedade. Sobretudo, se considerarmos o espantoso déficit educacional do país.
Como se posicionar quanto aos transgênicos, às células-tronco e à clonagem, por exemplo, se não sabemos o que são? Essas questões parecem ainda muito distantes da maior parte da população, coisas de filme de ficção científica. De fato, as tecnologias surgem e são empurradas “goela a baixo” para o público leigo, que aceita passivamente ou simplesmente diz não, por medo do desconhecido.
As informações sobre a biotecnologia têm que fazer parte do cotidiano, assim como a política, o esporte, a violência e a vida dos artistas, para que possamos apreender seus conceitos e entender sua dinâmica. Pois, somente com o povo esclarecido, somos capazes, enquanto nação, de realizar as melhores escolhas no desenvolvimento da engenharia genética, fazendo prevalecer o respeito pela vida. E, dessa forma, a ciência pode avançar, sem tumulto e de modo consensual, a serviço de todos, dentro dos limites estabelecidos pela bioética.
Publicado no Jornal Correio da Paraíba em 27 de Junho de 2008
Concordo.
ResponderExcluirÉ de deixar indignado uma situação destas. Diante desse meravilhoso campo que é o estudo do DNA e a partir do sua manipulação e conhecimento, somos capazes de causar uma mudança em todas nações, desde princípios éticos até desenvolvimento econômico. Então como o Governo não da apoio ao estudo desta estrutura? como ele não investe na concientização do povo?... eu realmente não entendo.