Nos últimos meses, os grandes líderes mundiais desembolsaram alguns trilhões de dólares, despejados no mercado, para garantir a agora famosa liquidez dos bancos e grandes empresas. Não questiono a importância do ato. Todavia, confesso que assisti estupefato à célere e desburocratizada liberação dessa dinheirama toda.
Pronto, foi dado apenas o primeiro passo para salvar o sistema financeiro. Agora pergunto: e o resto? Temos outros grandes problemas pendentes. Acabar com a fome, aumentar a disponibilidade de água potável, ampliar o acesso ao saneamento básico, preservar a biodiversidade e os ecossistemas, reduzir o uso de combustíveis fósseis e frear o aquecimento global são ações no mínimo tão graves e urgentes quanto equilibrar a economia. Pena que insuficiente é o número de pessoas de boa-fé e bom senso capazes de verdadeiramente reconhecer e principalmente agir no sentido de transformar o que está posto.
A maioria dos governantes, por exemplo, em seus discursos, apóia incondicionalmente a preservação do meio ambiente, mas são incapazes de fazer algo concreto para reverter o panorama de degradação da natureza. Os detentores do poder e muitas empresas, nessa esfera, fazem apenas marketing, o greenwash, um termo usado pelos ambientalistas para se referir as propagandas corporativas que tentam mascarar um desempenho ambiental fraco, ludibriando o povo (nesse ponto, podemos facilmente identificar também a aplicação desse expediente na saúde e educação). Não obstante, ainda creio que alguns tentam avançar em questões importantes como as supracitadas, mas normalmente esbarram e empacam na burocracia, tecnocracia e no nefasto desvio de verbas públicas.
Ao refletir sobre o real tratamento dado à natureza e aos pobres pelos poderosos, lembro-me invariavelmente de “A árvore da serra” do nosso Augusto dos Anjos e torço para que não repitamos o mesmo desfecho do triste poema, para que não caiamos “aos golpes do machado bronco”. Caso contrário, deveremos aceitar, resignados, a uma das profecias de Raul Seixas: “Buliram muito com o planeta/ E o planeta como um cachorro eu vejo/ Se ele já não aguenta mais as pulgas/ Se livra delas num sacolejo”. Aí, salve-se quem puder.
Publicado no Jornal Correio da Paraíba em 07 de Janeiro de 2009, com o título "Meio ambiente".
Pronto, foi dado apenas o primeiro passo para salvar o sistema financeiro. Agora pergunto: e o resto? Temos outros grandes problemas pendentes. Acabar com a fome, aumentar a disponibilidade de água potável, ampliar o acesso ao saneamento básico, preservar a biodiversidade e os ecossistemas, reduzir o uso de combustíveis fósseis e frear o aquecimento global são ações no mínimo tão graves e urgentes quanto equilibrar a economia. Pena que insuficiente é o número de pessoas de boa-fé e bom senso capazes de verdadeiramente reconhecer e principalmente agir no sentido de transformar o que está posto.
A maioria dos governantes, por exemplo, em seus discursos, apóia incondicionalmente a preservação do meio ambiente, mas são incapazes de fazer algo concreto para reverter o panorama de degradação da natureza. Os detentores do poder e muitas empresas, nessa esfera, fazem apenas marketing, o greenwash, um termo usado pelos ambientalistas para se referir as propagandas corporativas que tentam mascarar um desempenho ambiental fraco, ludibriando o povo (nesse ponto, podemos facilmente identificar também a aplicação desse expediente na saúde e educação). Não obstante, ainda creio que alguns tentam avançar em questões importantes como as supracitadas, mas normalmente esbarram e empacam na burocracia, tecnocracia e no nefasto desvio de verbas públicas.
Ao refletir sobre o real tratamento dado à natureza e aos pobres pelos poderosos, lembro-me invariavelmente de “A árvore da serra” do nosso Augusto dos Anjos e torço para que não repitamos o mesmo desfecho do triste poema, para que não caiamos “aos golpes do machado bronco”. Caso contrário, deveremos aceitar, resignados, a uma das profecias de Raul Seixas: “Buliram muito com o planeta/ E o planeta como um cachorro eu vejo/ Se ele já não aguenta mais as pulgas/ Se livra delas num sacolejo”. Aí, salve-se quem puder.
Publicado no Jornal Correio da Paraíba em 07 de Janeiro de 2009, com o título "Meio ambiente".
CLAP!CLAP!CLAP!CLAP!CLAP!CLAP!!!!
ResponderExcluirParabéns pelo texto Job, muito bom
professor, como tu pediu...
ResponderExcluirhttp://uidanda.blogspot.com
;D
as pessoas se preocupam mais com o bolso do que com si próprias (sim, porque toda essa coisa de aquecimento global vai prejudicar(ou está prejudicando) o homem)
ResponderExcluireu li que está saindo mais caro livrar o mundo da crise do que utilizar meios sustentáveis para salvar o planeta (e nós).
beijo.
Enquanto a economia está bem, o resto pode desabar, mas a população não se revolta...
ResponderExcluirE é por isso q mesmo vendo tantas horroridades, sejam da moral, no meio ambiente, na educãção, na saúde, mas tendo uma mesada, o seu dinherinho no bolso, assistimos a tudo, caladinhos e comportados, nos acomodando no confosto do sofá...
professor, achei mto massa aquele programa da menina do grito, manda pro e-mail da turma do 2C!!
ResponderExcluirvlw
O problema da humanidade são as prioridades, sempre foi e sempre vai ser. O interesse oligárquico é insuperavelmente mais objetivado que o interesse coletivo. É o nosso mundo =/
ResponderExcluirMuito bom o texto Job, parabéns. Não é a toa que foi publicado e conseguiu transmitir muito bem o conteúdo utilizando a interdisciplinaridade. Pena que as pessoas não conseguem prestar atenção aos outros problemas que existem.
ResponderExcluirVejo que gosta de Raul.
ResponderExcluirDá uma olhada nesse artigo, é muito bom.
Não tem nada a ver com biologia, mas fala da rixa entre Raul e Caetano.
http://www.irradiandoluz.com.br/2009/01/mano-caetano-x-mano-lobao.html