Na Ciência Hoje, um leitor inquiriu:
"Por que os poríferos são classificados como animais?"
Leiam a resposta da pesquisadora Suzi Meneses Ribeiro, da UFRJ:
"Não foi, de fato, um caminho fácil encontrar a classificação mais adequada para as esponjas. O primeiro registro de esponjas (ou poríferos), datado de 350 a. C., encontra-se na Grécia. Inicialmente, foram consideradas plantas, pois não se compreendia ainda sua anatomia e fisiologia. No final do século 18, importantes naturalistas, como Lineu (1707-1778) e Lamark (1744-1829), classificaram as esponjas como zoophyta (animais-plantas) ou pólipos (semelhantes a cnidários). Foi o naturalista inglês Robert Edmond Grant (1793-1874) que, em 1836, criou o nome Porifera (pela marcante presença de poros em sua superfície). A posição de filo foi aceita apenas no início do século 20. A descoberta do fluxo de água através de seus canais inalantes e exalantes tornou claro seu modo de nutrição: filtração de partículas em suspensão na água, caracterizando-se como organismo heterótrofo, ou seja, que não produz seu próprio alimento. Mais recentemente, dados de biologia molecular também confirmaram essa posição do filo Porifera. Entre eles, pode-se citar a presença de genes envolvidos no processo de morfogênese, células de adesão (que promovem a ligação célula-célula e célula-matriz) e colágeno (proteína exclusiva de animais). Ainda hoje, muitos pesquisadores dedicam-se à descoberta de características que ajudem a esclarecer as relações de parentesco desse interessante grupo de organismos."
Fonte: Ciência Hoje. V. 43, No 258, Abril de 2009.
