São 100.000.000.000 de galáxias no universo que conhecemos. Se imaginarmos que para cada galáxia temos um número estimado de 100 bilhões de estrelas (levando em conta apenas o que os astrônomos chamam de universo visível, ou seja, aquele cuja luz chega até nós), temos em alguma medida o que ainda falta para descobrir. E aí? Você acredita que existem outros planetas que possam abrigar a vida? Eu não duvido disso.
Se você achou que iria descrever o ritual de invocação dos espíritos antepassados dos índios da Amazônia para provocar chuva, errou feio. A dança a que me refiro é a dos ventos que, como rios voadores, transportam água pelos céus do Oceano Atlântico, passando pela Floresta Amazônica e desaguando no sul do nosso continente.
Caso fôssemos pagar para uma empresa abastecer os mananciais do estado de São Paulo com água potável, você faria ideia de quanto seria? Pois é. Difícil até de mensurar. E a Amazônia nos presta mais esse serviço ambiental de graça e poderia ser permanentemente, caso a conservássemos.
O vento úmido que chega do Atlântico na Amazônia durante nosso verão abastece a floresta, que devolve a água através da evapotranspiração, mantendo a umidade do vento que chegará ao sul do continente provendo as chuvas que abastecem àquelas bandas.
Com o desmatamento, que infelizmente é crônico (já foram desmatados 700 milhões de quilômetros quadrados da Floresta Amazônica), a taxa de evapotranspiração na área diminui consideravelmente e esse sistema de retroalimentação hídrico é quebrado. Com isso, você já percebe um dos problemas gerados: o desabastecimento das regiões mais ao sul de nosso país.
Pesquisadores da USP desenvolveram fórmulas matemáticas "simples" para explicar essa dinâmica.